Choque no Sistema Prisional do RN: Dez Policiais Penais Afastados por Suspeita de Agressão
Uma decisão judicial impactante resultou no afastamento de dez policiais penais que atuavam na Cadeia Pública de Ceará-Mirim, na Grande Natal. Os servidores são suspeitos de agredir Igor Eduardo Cabral, um ex-jogador de basquete que está detido por ter espancado brutalmente sua namorada. O afastamento, confirmado nesta quarta-feira (19), abala a estrutura da segurança prisional potiguar e levanta sérias questões sobre a conduta dentro das unidades prisionais do estado.
As denúncias de agressão foram feitas por Igor no início de agosto, após ele ser transferido para o presídio. Segundo relatos, os policiais penais estariam envolvidos diretamente ou teriam se omitido diante dos atos de violência. O processo que investiga as acusações corre sob segredo de justiça, o que impede o acesso a detalhes mais aprofundados sobre as provas e depoimentos colhidos.
Transferência e Resposta da SEAP
Diante do cenário, a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) informou que os servidores afastados foram relocados para o Complexo Penal Agrícola Dr. Mário Negócio, localizado em Mossoró, na região Oeste potiguar. A Seap justificou a medida como uma “incontestável necessidade do serviço público” e reafirmou seu compromisso em colaborar integralmente para a elucidação dos fatos. Em nota, a secretaria assegurou que “todas as providências necessárias e determinadas pelos órgãos e autoridades estão sendo cumpridas”.
Relembre o Caso Igor Cabral: Violência Brutal e Tentativa de Feminicídio
O homem no centro desta nova controvérsia, Igor Eduardo Cabral, é amplamente conhecido por um crime chocante de violência doméstica que ganhou repercussão nacional. O incidente ocorreu em 26 de julho, quando câmeras de segurança flagraram Igor agredindo sua namorada com mais de 60 socos dentro de um elevador, em Natal.
Após ser preso em flagrante e ter sua detenção convertida em prisão preventiva, Igor tornou-se réu por tentativa de feminicídio em 7 de agosto. A vítima, gravemente ferida, relatou aos policiais, através de um bilhete, a crueldade da agressão. Ela escreveu: “Eu sabia que ele ia me bater. Então, não saí do elevador. Ele começou a me bater e disse que ia me matar”.
As consequências da agressão foram devastadoras para a mulher, que precisou passar por múltiplas cirurgias para a restauração dos ossos do rosto e do maxilar, em decorrência das fraturas sofridas.
Este novo capítulo envolvendo a agressão de Igor Cabral dentro do sistema prisional adiciona uma camada de complexidade e urgência à discussão sobre a segurança e os direitos humanos nas prisões do Rio Grande do Norte, enquanto as autoridades buscam transparência e justiça em ambos os casos.
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