A COP30 em Meio ao Caos: Relato Chocante da Fotógrafa da ONU
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém (PA), foi palco de uma série de incidentes que a fotógrafa oficial da ONU, Kiara Worth, descreveu como os mais desafiadores de sua carreira. Em uma postagem emocionante no Instagram na quinta-feira, 20 de novembro de 2025, Worth classificou a conferência como 'bíblica', uma metáfora para a intensidade e a magnitude dos eventos que presenciou.
Os episódios documentados pela fotógrafa incluíram desde a invasão da Zona Azul, área restrita às negociações, ocorrida em 11 de novembro, até cortes de água e energia, culminando em um incêndio de grandes proporções que atingiu um pavilhão na quarta-feira, 20 de novembro.
O Incêndio que Marcou a COP30 e Chocou o Mundo
“Chamas, fumaça e os restos carbonizados de um pavilhão.”
Assim descreveu Kiara Worth as primeiras imagens do incêndio que irrompeu na Zona Azul da COP30. O incidente, que ocorreu no penúltimo dia da conferência, levou à evacuação imediata de participantes e autoridades, incluindo o secretário-geral da ONU, António Guterres. A fumaça se espalhou rapidamente, e vídeos nas redes sociais mostraram a correria e o pânico entre os presentes.
A resposta foi rápida: equipes de segurança da ONU e o Corpo de Bombeiros do Pará agiram prontamente, controlando as chamas em aproximadamente seis minutos. No entanto, o impacto foi significativo, com 13 a 21 pessoas necessitando de atendimento médico por inalação de fumaça. Seus estados de saúde foram monitorados e o suporte médico apropriado foi fornecido. A Zona Azul foi temporariamente fechada para uma avaliação completa de segurança, gerando incertezas sobre a continuidade das negociações.
Repercussões e Críticas: A Fragilidade da Organização
O incêndio levantou um debate acalorado sobre a infraestrutura e a segurança da COP30. Antes mesmo do incidente, a ONU já havia enviado uma carta ao governo brasileiro expressando duras críticas às condições do evento, mencionando problemas como a falta de ar-condicionado e vazamentos de água em algumas áreas da Zona Azul. A tentativa de invasão por manifestantes indígenas também já havia acendido um alerta.
Após o incêndio, a ONU se pronunciou, afirmando que a responsabilidade sobre o espaço afetado passava a ser do governo do Brasil e do estado do Pará. Essa declaração gerou um sentimento de abandono e críticas por parte de internautas, que ironizaram a postura da organização.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, minimizou o ocorrido, afirmando que o incêndio “poderia acontecer em qualquer lugar do planeta Terra” e sugerindo que a causa poderia ter sido um curto-circuito em um celular. Contudo, a tensão e a incerteza persistiram, com a fotógrafa Worth destacando a atmosfera “pesada” nas negociações que se estenderam pela madrugada, mesmo após o controle das chamas.
A COP30 em Belém, que deveria ser um marco nas discussões climáticas, acabou sendo marcada por eventos que expuseram a fragilidade da organização e a complexidade de sediar um evento de tal magnitude em um cenário tão desafiador.
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