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Alvo de Semanas de Monitoramento: Mulher Ligada ao PGC, facção rival do PCC e ex-marido 'Rodrigo da Pedra', é Presa no Rio de Janeiro
Crime Organizado

Alvo de Semanas de Monitoramento: Mulher Ligada ao PGC, facção rival do PCC e ex-marido 'Rodrigo da Pedra', é Presa no Rio de Janeiro

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro efetuou a prisão de Simone Saturnino após semanas de um meticuloso monitor...

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G Pro Brasil
novembro 24, 2025

A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro efetuou a prisão de Simone Saturnino após semanas de um meticuloso monitoramento. Considerada foragida pela Justiça de Santa Catarina, Simone é apontada como figura ligada ao Primeiro Grupo Catarinense (PGC), uma facção criminosa notória por sua rivalidade com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e por alianças estratégicas com outros grupos como o Comando Vermelho (CV) e a Família do Norte (FDN).

Quem é Simone Saturnino e Sua Conexão com o PGC?

Simone Saturnino, segundo investigações da Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), tem um histórico de conexão com o PGC, facção com base em Santa Catarina. Essa ligação se daria por meio de seu ex-marido, Rodrigo Saturnino, amplamente conhecido como “Rodrigo da Pedra” e apontado como um dos líderes da organização criminosa. Rodrigo da Pedra é uma figura proeminente no Morro do Horácio, em Florianópolis (SC), epicentro de muitas atividades do grupo.

O PGC se destaca no cenário nacional do crime organizado por suas peculiaridades, incluindo uma rede de alianças com outras facções de peso, como o Comando Vermelho (CV) do Rio de Janeiro e a Família do Norte (FDN) da região Norte. Essa rede de colaboração contrasta diretamente com sua intensa disputa pelo controle do tráfico de drogas em diversas regiões com o PCC, seu principal rival.

Passado Criminal: Ataques em Santa Catarina

As investigações apontam para uma participação de Simone Saturnino em eventos criminosos significativos. Em 2013, ela teria desempenhado um papel na disseminação de ordens relacionadas a uma série de ataques violentos ocorridos em Santa Catarina. Esses ataques incluíram a queima de ônibus, veículos e bens diretamente ligados à segurança pública, gerando um clima de terror e instabilidade na época.

Ainda de acordo com as apurações, essas ações teriam contado com a colaboração de seu próprio irmão, Maycon Saturnino, conhecido no meio como “Maycon do Horácio”, reforçando a complexidade das relações familiares e criminosas envolvidas.

A Captura de Simone: Monitoramento e Mandados

A prisão de Simone Saturnino foi o resultado de semanas de intenso trabalho de inteligência e monitoramento por parte da PCERJ (Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro). A operação culminou em 19 de novembro, quando ela foi localizada e detida no município de Mesquita, na Baixada Fluminense (RJ), onde tentava se esconder das autoridades.

Contra Simone, pesavam dois mandados de prisão em aberto, emitidos pela Justiça de Santa Catarina. O primeiro mandado a acusava de:

  • Associação para o tráfico de drogas;
  • Porte ilegal de arma de fogo;
  • Associação criminosa.

O segundo mandado era por crimes ainda mais graves:

  • Organização criminosa;
  • Homicídio qualificado.

Além disso, no Rio de Janeiro, Simone Saturnino também responde a acusações de difamação e apropriação indébita. Após sua prisão, ela foi imediatamente encaminhada às autoridades competentes e permanece à disposição da Justiça, aguardando os próximos desdobramentos de seu processo legal.

A Defesa de Simone Saturnino se Pronuncia

A defesa de Simone Saturnino, representada pela advogada Milene Pasquali, veio a público prestar esclarecimentos diante das informações recentemente divulgadas pela imprensa. Em sua nota, a defesa destaca que a Procuradoria de Justiça de Santa Catarina reconheceu, em sede recursal, a quebra da cadeia de custódia da prova que fundamenta a ação penal. Essa irregularidade, apontada desde o início pela defesa, seria, segundo eles, um fator que compromete de forma insanável a validade do material probatório utilizado para justificar a decisão de pronúncia. Apesar disso, a Justiça catarinense optou por manter a decisão, o que levou a defesa a manobrar todos os recursos cabíveis, com a plena confiança de que as instâncias superiores promoverão a correção necessária.

Simone Saturnino reitera sua absoluta inocência, esclarecendo que não responde pelos fatos em conjunto com o Sr. Maycon, considerando totalmente equivocadas e desprovidas de base jurídica as narrativas que tentam estabelecer qualquer vínculo ou corresponsabilidade entre ambos. A defesa argumenta que não existe, nos autos, qualquer elemento que sustente tal associação, tratando-se de uma interpretação distorcida que não reflete a realidade processual.

A nota ainda salienta que Simone sempre compareceu a todos os atos para os quais foi intimada, mantendo uma conduta colaborativa e respeitosa perante o Poder Judiciário, jamais se furtando ao esclarecimento dos fatos e demonstrando transparência e confiança no curso regular do processo.

Por fim, a defesa reforça seu compromisso com o devido processo legal, a presunção de inocência e a necessária observância da cadeia de custódia, circunstância que agrava de forma substancial a fragilidade da acusação. Reafirma-se que toda e qualquer extrapolação, julgamento antecipado ou narrativa sensacionalista além dos limites da informação responsável será oportunamente enfrentada nos meios jurídicos adequados.

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